Bolo gigante e apresentação da Academia de Dança de Pequim fizeram parte das comemorações.
O plenário da Câmara Federal ficou lotado nesta quinta-feira (15), durante a sessão solene em comemoração aos 50 anos de Relações Diplomáticas entre o Brasil e a China. Além do cinquentenário também houve a comemoração do Dia Nacional da Imigração Chinesa. A solenidade contou ainda com lançamento da medalha e do selo comemorativo aos 50 anos, além de corte de bolo gigante e apresentação da Academia de Dança de Pequim, no hall do Salão Negro.
A homenagem teve como requerentes os deputados federais Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Fausto Pinato (PP), respectivamente, presidente e coordenador da Frente Parlamentar Brasil - China; e o senador Nelsinho Trad (PSD), que conduziu a sessão.
O deputado Daniel Almeida reiterou a importância das relações e pontuou o trabalho do Grupo Parlamentar Brasil-China, do qual faz parte, para o fortalecimento das parcerias futuras. “Os desafios mundiais que se apresentam em 2024 são complexos e exigentes, como as mudanças climáticas e ambientais, a segurança alimentar dos povos e a busca por um sistema de governança global que possibilite a paz mundial. Brasil e China estão altamente comprometidos com estas pautas, seja com a busca da transição energética, a construção de uma aliança global contra a fome e a disposição para buscar soluções para os conflitos bélicos em curso no globo”, disse.
Já o embaixador da República Popular da China no Brasil, Zhu Qingqiao falou sobre a persistência em defender o respeito mútuo e a igualdade entre os países, a busca por benefícios mútuos e desenvolvimento conjunto, a promoção do aprendizado mútuo entre civilizações e o fortalecimento dos laços interpessoais.
“Apoiaremos continuamente a integração da comunidade chinesa à sociedade brasileira, para que possa trazer mais contribuições ao desenvolvimento econômico e social do Brasil e às relações China-Brasil, enquanto busca o próprio crescimento. Estamos profundamente entusiasmados em unir forças com amigos de todas as esferas da sociedade brasileira, seguindo a direção traçada por nossos líderes, para impulsionar as relações sino-brasileiras a novos patamares e mantê-las na vanguarda do nosso tempo”, comemorou ele, frisando que as relações sino-brasileiras atravessam, hoje, o seu melhor momento histórico.
A ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que também fez parte da mesa, elogiou a parceria com a China em diversos setores, mas lembrou que na tecnologia a relação tem sido próspera e promissora. A ministra lembrou que o projeto do CBERS vai ser ampliado. “No ano passado, durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, assinamos o acordo para o desenvolvimento do CBERS-6, um satélite com uma nova tecnologia de monitoramento por radar, que revolucionará a forma como monitoramos os nossos biomas, conseguindo dados capazes de ‘ver’ entre as nuvens. Este será um projeto de investimentos de R$500 milhões de reais divididos igualmente pelos nossos países”, ressaltou.
Está prevista ainda para o final deste ano, a assinatura do acordo de desenvolvimento do CBERS-5. Esse será o primeiro satélite geoestacionário desenvolvido pelo Brasil. “Por meio do qual entraremos num seletíssimo grupo de menos de dez países que detém tal tecnologia. Ele será um satélite meteorológico, que dará autonomia para nossas previsões do tempo e previsão de curtíssimo prazo para eventos atmosféricos iminentes, incluindo os eventos extremos, como secas, enchentes e deslizamentos que tiram vidas e destroem cidades inteiras”, disse Luciana.
Exposição - As comemorações ao cinquentenário se iniciaram com a Exposição Laços: Belo Brasil, Bela China que ocupou o Salão Negro, do Congresso Nacional até esta quinta-feira 15/08. Do Congresso Nacional a vernissage seguirá para o Festival Na Praia, que acontece também em Brasília. Este ano, a produção do evento presta homenagem aos 50 anos da parceria entre a China e o Brasil.
A vernissage é formada por 30 painéis de ambos os países mostrando as convergências das nações com as similaridades entre seus povos e também as diferenças complementares que retratam a economia, agricultura, os esportes, a vegetação, tecnologia, gastronomia entre outras áreas.
Ainda estão em exposição os presentes protocolares recebidos de autoridades chinesas e constantes do acervo do Museu da Câmara dos Deputados. Além de objetos da cultura popular regional brasileira como o boi, e da chinesa, como o dragão que compõem cenário perfeito para os admiradores das artes.
A exposição teve curadoria da cientista política e historiadora Ana Prestes e contou com o trabalho do Departamento de Comunicação da Embaixada da China e apoio e patrocínio do Ibrachina, SinoLac e da XCMG.
Histórico 50 anos- A primeira cooperação formal entre Brasil-China aconteceu em 15 de agosto de 1974. Mais tarde, com o início da parceria bilateral e a troca de embaixadores, veio em 1975 o Acordo de Cooperação Comercial e Econômica, para a promoção do comércio bilateral e relações econômicas entre os dois países.
De lá para cá a parceria só cresceu ao longo dos anos. Apesar de culturas e economias diferentes e diversas, o Brasil e a China encontraram um ponto comum para seguir os acordos que se expandem, significativamente, desde então para além do comércio e da economia. Atualmente, investimentos em cultura, ciência, tecnologia e cooperação estratégica também fazem parte do hall de cooperação entre as nações.
De acordo com dados do Governo Federal, de janeiro a julho de 2024, a relação comercial Brasil-China cresceu 7,4% em relação ao mesmo período de 2023, e , provavelmente, este ano representará um novo recorde comercial. O intuito é que os países continuem criando estímulo ao setor industrial.
Há 14 anos, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, tendo somado mais de US$ 157 bilhões em trocas comerciais em 2023. No ano passado, o superávit comercial do Brasil com a China foi de US$ 51,1 bilhões.
Hoje, um pool de investimentos margeia a relação diplomática do Brasil com a China. Na CT&I a parceria ganha destaque com o Satélite Cbers. Já nas exportações brasileiras o setor de alimentos, petróleo, minério de ferro e celulose tem uma posição diferenciada. E por fim, por meio do Novo PAC, haverá oportunidades de cooperação também nas áreas de infraestrutura, logística, transportes e energia.
Autora: Bel Neta
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